segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Números-Primos

Dados às letras e às humanas, meus filhos brigavam com a matemática, de vez em quando. Enquanto pude, insisti para que a vissem amorosamente, pois havia Deus na matemática. Pelo desafio insólito, pararam pra me ouvir.

O conceito básico de Deus é a infinitude. Assim como na matemática e seus infinitos números.

Dentre eles, alguns são especiais. Os números-primos. Pra quem não lembra, os números-primos são os divisíveis apenas por eles mesmos e pelo número 1.

Contando os números em sequência, os primos passam despercebidos. Mas, estão ali. Diferentes.

Assim é com algumas pessoas, das infinitas formas de vida que temos no planeta. Sim, infinitas. Pois, quantas vão estar extintas sem serem descobertas?

Algumas pessoas nascem número-primo.

A princípio parecem normais, como a maioria, mas não são. E sofrem porque desconhecem quem são e o quanto são especiais.

Vejamos o 17, por exemplo.

Seu melhor amigo da esquerda é o 16. O da direita, 18.

Quando o 16 tem algum problema, liga 2 vezes para o 8, ou 4 vezes para o 4. Pronto. Incrível como eles conseguem entender, completamente, os problemas do 16! Acho até que o 16 é codependente emocional do 8...

E os números 2, 3, 6 e 9, então? Ajudam em todos os problemas, oferecendo soluções exatas ao 18! Sensacional!

Mas, e o 17?

Vai bem, obrigado.

Ele pede ajuda e ninguém consegue entendê-lo completamente. Exceto o 19, por exemplo.

Porque ambos são primos. Só serão plenos se acessarem o número 1, plenamente. 17 vezes, no primeiro caso, 19 no segundo.

O número 1 é Deus. Tem acesso a todos os outros. Infinitamente.

Números-primos padecem de solidão e geram bipolaridade nos outros números. Especiais, são interessantes e atraentes num primeiro momento. Inacessíveis, geram um receio misterioso e desconforto na convivência, no momento seguinte.

Eles sofrem e os números-normais os invejam... Sem que ninguém saiba, exatamente, porque.

Mas, é fácil de entender.

Deus está mais próximo dos nascidos números-primos.

E deve estar. Afinal, como estes poderão ser plenos sem Ele?

Por outro lado, os números-primos precisam entrar em contato com o 1 para serem plenos. Não há outra fórmula.

Números-primos têm personalidade forte e devem ter auto-suficiência emocional. Carismáticos, líderes inatos e médiuns, devem ser autônomos e, ao mesmo tempo, possuir muita adaptabilidade, capacidade de conviver com pessoas e ambientes diferentes do seu, embora precisem de um canto próprio, sem interferências externas.

Tudo isso porque os números-primos, nascidos e tornados, têm caráter angelical.

Precisam fazer o bem, são proibidos de fazer o mal. Senão, Deus os abandona.



PS1 - Para mim, qualquer um pode se tornar primo. Aliás, acho que é a grande ambição de Deus em nós. Que, um dia, o 16 seja, finalmente, 16 x 1.

PS2 - Como Deus é dual - luz e escuridão - o único número-primo par é o 2.

PS3 - Acho que meus filhos continuam detestando a matemática...

Um comentário:

  1. Se tudo na matemática fosse explicado por você, a gente com certeza teria descoberto como amá-la.

    Ainda bem que você consegue resumir o mundo com as suas analogias.

    Te amo!

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